terça-feira, junho 06, 2006

Confabulações iniciais

E eis que, na década de 70 nasce um lindo garotinho nesse nosso mundo tão vasto, cheio de curiosidade para explorar e aprender tudo o que puder neste curto espaço de tempo que é a nossa vida. Mal sabia ele que esse processo todo seria repleto de obstáculos e dificuldades, as vezes bem difíceis de transpor.

A tecnologia de jogos na nossa geração não é assim tão atraente quanto a da geração atual, mas mesmo assim já jogávamos bastante. Começando com o tele-jogo, que eu não tive muito contato, passando por atari (river raid, hero, elevator action, haunted mansion, moon patrol, etc), TK 85, MSX PLUS, Nintendinho, Nintendo, Mega drive e chegando aos grandes alienadores, PC games, game cube, PS, etc.

TK-85
Foi para mim uma época que se mesclou com a época do atari. O que mais me lembro é que precisávamos passar um bom par de horas digitando as linhas de código no computador antes de começar a jogar, ou usar as famigeradas fitas K7, tendo que acertar o volume, ou algum outro controle que não me recordo mais.

Tenho certeza que "programar" os joguinhos antes de começar a jogar de fato (em basic) foi um dos responsáveis pela minha escolha de faculdade, a engenharia de computação. Passávamos, eu e meu irmão, mais tempo colocando o jogo, eu ditando e ele digitando, ou ele ditando e eu digitando (10, print laine, abre parênteses, abre aspas, olá, fecha aspas, fecha parênteses, niu laine, sempre dando um rum pra ver como estava o programa até aquele ponto - quem usou vai entender ;-) , para só depois começarmos a jogar.

ATARI:
Me diverti bastante com atari. Lembro claramente do tempo que passávamos - eu, meu irmão e muitas vezes vários primos - jogando river raid, haunted mansion e um joguinho do Snoopy vs Barão vermelho, que ninguem superava meu irmão. Tenho certeza que tinha outros, mas esses são os que ficaram mais marcados. Os outros que eu citei acima acabei jogando beeem mais tarde, em emuladores de atari.

Nessa época os joguinhos tinham o papel que eles sempre deveriam ter. Divertir sem compromisso. Jogar, perder e passar o joystick para o próximo, disputando quem consegue fazer mais pontos.

Os pais vezes participando, aluguel de carticho na locadora do bairro, tudo com cara de tecnologia ultra-avançada e novidade, cada fase uma aventura em si. Com muito pouco os jogos de atari conseguiam trazer todas as emoções que caracterizam um bom jogo.

MSX
Aqui os jogos começavam a ficar mais poderosos, com os disquetes onde você podia salvar os jogos, literalmente centenas de opções de jogos, a grande evolução do momento - o DOS, jogos coloridíssimos e mais elaborados.

Lembro que até aqui o jogo de computador sempre foi algo extra, algo que não tomava tempo. Jogava as vezes uma tarde inteira, mas se fosse pra assistir TV, brincar de comandos em ação (meia-noite, samurai, etc), masters of the universe (he-man, gato guerreiro e o castelo de grayskull), jogar futebol com bolinha de tênis na sala do apartamento, eu parava tudo e ia. Era apenas uma diversão para quando eu estivesse sozinho, ou quando todos quisessem a mesma coisa.

Meu irmão jogava o Elite, talvez o primeiro jogo de estratégia perene (que você desliga mas o mundo continua exatamente como estava quando você parou) que existiu. Era um jogo de comércio interplanetário, que você precisava saber o que comprar barato em um planeta pra vender caro em outro, com upgrades da nave e batalhas com piratas do espaço. Eu achava um tanto paradão, mas meu irmão adorava.

Do meu lado eu lembro de jogar um joguinho que tinha um ratinho correndo alucinadamente por uma casa, que mudava a cada fase, pegando queijos e fugindo de gatos. Era um jogo de ação, com resultados diretos (ou você passava de fase ou morria), o meu tipo de jogo.

Até que chegaram os primeiros intels, os 386, com seus jogos espantosamente bem detalhados e bem pensados. Nada daqueles joguinhos onde você usava mais a imaginação para jogar do que aproveitava o jogo em si. Agora passávamos pela revolução da imagem. Estávamos entrando nas 256 cores, definição de muitos bits por pixel, sons mais reais, visitar uma loja de joguinhos ou um amigo com um jogo novo era algo que trazia água na boca. Estávamos vivendo a história.

Mas sobre isso eu escrevo depois, pois acho que em algum ponto depois da chegada dos intels, os jogos ultrapassaram a linha do recomendável.

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